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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Kama Sutra Dental

Estes dentes em posições indiscretas são exemplos de anomalias de anatomia dentária. Esta anomalia de forma é chamada CONCRESCÊNCIA, quando ocorre a união pelo cemento de dois elementos dentários com coroa formada. Os segundos e terceiros molares superiores são os mais envolvidos, com a falta de espaço citada como fator determinante.
Segundo um professor, é o Kama Sutra dentário! (Não me pergunte o resto da aula, só lembro desta parte!)

sábado, 27 de novembro de 2010

OdontoFoto nº5 - Feira de Saúde

Feira de Saúde promovida pelos alunos do 3º ano da Odontologia da PUCRS.
Realizada no Centro de Extensão Vila Fátima (Porto Alegre/RS), direcionada aos idosos da comunidade.
 Atividades preventivas e educativas, através de explicações, diálogos, material informativo.
 Colegas Rodrigo Miller, Rafael Lourenci e Maurício Gerhardt organizando material.
 Sérgio Moraes e Maurício Gerhardt demonstrando o auto-exame bucal.
 Acadêmicas da Fisioterapia realizaram atividades com os idosos.
 Os acadêmicos de Odontologia Rodrigo Miller, Paula Frota, Paula Martins, Paula Lawall, Rochele Pereira, Suelen Rodrigues e Stéffani Keller.




sábado, 20 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Tabagismo e Doença Periodontal

Diferentes fatores de risco interferem na saúde periodontal, entre eles o tabagismo. O hábito de fumar causa uma série de alterações locais e sistêmicas ao organismo humano e a cavidade oral é o primeiro órgão afetado, sendo fator de risco para câncer bucal, maior severidade e incidência da doença periodontal, menor ganho de inserção após terapia periodontal, dificuldades de reparação de enxertos ósseos, inadequado preenchimento sanguíneo dos alvéolos após extrações dentárias, menor taxa de sucesso de implantes de titânio e maior perda óssea ao redor de implantes já osseointegrados.

EFEITOS SOBRE A RESPOSTA IMUNOLÓGICA
Os efeitos do fumo sobre a resposta imunológica do hospedeiro determinam a suscetibilidade à infecção bacteriana. A nicotina, cotinina e aldeídos, metabólitos presentes na saliva e fluido sulcular de fumantes crônicos, alteram os principais processos tais como: adesão, morfologia, proliferação e síntese protéica. A secreção de epinefrina, induzida pela nicotina, ativa o sistema nervoso simpático, causando inicialmente uma vasodilatação, seguido por uma vasoconstrição. Essa constrição da microcirculação dificulta a chegada das células inflamatórias no tecido e sulco gengival, comprometendo o sistema de defesa local. O fumo pode alterar a atividade dos neutrófilos, reduzindo quimiotaxia, atividade fagocitária e aderência dessas células. A nicotina também age induzindo os neutrófilos a apoptose, o comprometimento local dos macrófagos e leucócitos, suprimindo seu crescimento e suas funções de quimiotaxia e fagocitose. Além dos efeitos celulares, o tabagismo é capaz de reduzir a produção de anticorpos como IgG2, bem como aumentar a secreção de PGE2 quando a nicotina estava associada ao LPS, sugerindo que esta associação apresenta um efeito sinérgico na síntese de mediadores do processo inflamatório.

EFEITOS NA MICROBIÓTA PATOGÊNICA
Estudos avaliando o acúmulo de biofilme dental mostraram que não existem diferenças entre fumantes e não fumantes neste aspecto. Os resultados de avaliações qualitativas da composição do biofilme têm sido controversos. Alguns estudos relataram que os tipos de bactérias presentes no biofilme de fumantes e não fumantes não variam significativamente. Por outro lado diversos estudos têm observado uma maior colonização por patógenos periodontais no biofilme subgengival de fumantes. As alterações no potencial de oxiredução causadas pelo cigarro podem criar um microambiente mais favorável para o crescimento de bactérias anaeróbias gram-negativas. Zambom et al. demonstraram um maior número de bactérias periodontopatógenas em fumantes, se comparado aos não fumantes, incluindo Porphyromonas gingivalis, Aggregatibacter actinomycetemcomitans, Bacteróides forsytus. Outras espécies bacterianas como Prevotella intermédia, Fusobacterium nucleatum e Campylobacter rectus também estavam em número aumentado em pacientes fumantes.

EFEITOS NA CONDIÇÃO PERIODONTAL
Estudos demonstram que há maior profundidade de sondagem, perda de inserção e mais dentes com envolvimento de furca nos fumantes, constatando também maior índice de perda óssea e perda dentária. O consumo de tabaco pode apresentar um efeito mascarador dos sinais de inflamação tecidual; a ocorrência de sangramento gengival é reduzida devido à ação vasoconstritora da nicotina na microcirculação do tecido gengival. Carranza Júnior (1997) relatou as seguintes alterações em fumantes: mudanças na coloração da estrutura dentária e gengival, leucoplasia da gengiva, estomatite nicotínica, retardo da cicatrização, aumento transitório do fluxo de liquido gengival, gengivite e periodontite mais graves, maior acumulo de cálculo. Martinez, Rossa Júnior (2002) verificaram que parte dos efeitos nocivos associados ao tabaco pode ser resultante de sua interação com células que compõe o periodonto, sendo os fibroblastos as principais células predispondo assim o indivíduo a uma maior extensão e severidade de destruição periodontal. A nicotina pode ser absorvida pelos tecidos moles e aderir-se a superfície dentária, alterando os padrões de adesão dos fibroblastos gengivais e fibroblastos do ligamento periodontal.

EFEITOS NA TERAPIA PERIODONTAL
A nicotina pode afetar os processos de reparo e regeneração tecidual através dos seus efeitos diretos nas células e estruturas que compõem os tecidos periodontais. Indivíduos fumantes, após raspagem e alisamento radicular, apresentam menor redução na profundidade de sondagem e menor ganho de inserção clínica em relação aos não fumantes. Os fumantes parecem requerer tratamento periodontal mais extenso, pois são mais propensos a apresentar doença periodontal, de moderada a avançada, que é diretamente relacionada com o número de cigarros fumados por dia. Outros trabalhos demonstraram que o consumo de tabaco promove uma reposta menos favorável após a terapia cirúrgica e não cirúrgica, procedimentos como enxertos de tecido mole, regeneração tecidual guiada (RTG) e em tratamentos de lesões de bifurcação radicular. Em estudo realizado foi constatado também a maior chance de recessão gengival e hipersensibilidade em fumantes. Dados de um estudo longitudinal que acompanhou durante cinco anos, 90 pacientes que receberam tratamento periodontal não cirúrgico, mostraram que os fumantes apresentam uma maior necessidade de nova intervenção cirúrgica (acesso para raspagem ou extração) em comparação aos não fumantes.

Fontes:
Piassi E.O, Lara P.A, Fonseca D.C, Fagundes V.V; O Fumo como Fator Modificador da Doença Periodontal. Rev Intern de Periodontia Clínica 2005; 2(5): 67-73.
Carvalho A.E, Santos I.G, Cury V.F; A Influência do Tabagismo na Doença Periodontal: Revisão de Literatura. SOTAU R. Virtual Odontol. 2008, 2(5):7-12.
Sallum A.W, Neto J.B.C, Sallum E.J; Tabagismo e a Doença Periodontal. Ver. Periodontia. jun 2007, 17 (2):45-53.
Buduneli N, KardeSler L, ISik H, Willis CS, Hawkins SI, Kinane DF, Scott DA. Effects of smoking and gingival inflammation on salivary antioxidant capacity. J Clin. Periodontol 2006; 33: 159–164. Blackwell Munksgaard, 2006.
Vered Y, Livny A, Zini A, Sgan-Cohen HD. Periodontal health status and smoking among young adults. J Clin Periodontol 2008; 35: 768–772.
Dinelli W, Esperança T.C.D, Elossais A.A, Santos-Pereira N.R, Silva P.G. Análise do índice de placa gengival e higiene bucal de pacientes em relação ao tabagismo. RGO, Porto Alegre, v. 56, n.4, p. 381-386, out./dez. 2008

sábado, 6 de novembro de 2010

Sorrisão #9

Adivinhe quem é a dona deste belo sorriso!
Somente desta vez darei opções para ajudar!
a) Grazi Massafera
b) Ivete Sangalo
c) Britney Spears
d) Cláudia Leitte
e) Guilhermina Guinle


E aí, já adivinhou?! Confira clicando aqui!!!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Odonto Entrevista - Prof. Dr. André Luiz Zétola

O entrevistado é Especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial pela UERJ-RJ; pós-graduado em Cirurgia Bucomaxilofacial e Implantodontia, pela NU - Chicago; Mestre em Cirurgia de Cabeça e Pescoço, pelo Instituto Heliópolis - SP e Doutor em Implantodontia, pela UFSC - Santa Catarina. Foi pioneiro nos implantes osseointegrados no início dos anos 90 e presidente da Academia Brasileira de Osseointegração. Atualmente é o Coordenador do Curso de Especialização em Implantodontia do Sindicato dos Odontologistas do Paraná – SOEPAR.

Quem o influenciou a fazer Odontologia?
Meu avô Flavio Zétola era Cirurgião Dentista e desde pequeno ouvia muitas histórias sobre ele, tais como: ele foi o primeiro CD a levar um paciente ao hospital para ser atendido com anestesia geral; ou então que ele atendia o povo carente da Colônia Muricy de bicicleta e depois ainda pedalava o motor odontológico, por que lá não tinha energia elétrica. Tempos difíceis, mas que ele superou. Foi o orgulho da família de irmãos dentistas práticos e o primeiro a fazer o curso de Odontologia mesmo casado, tendo que estudar e dar sustento para quatro filhos pequenos. Finalmente, a história mais bonita dessa saga que escutei, foi da minha falecida avó, que deixou de ir à festa de formatura dele, pois com o dinheiro que gastaria no vestido, pôde comprar o anel de formatura. Sendo assim ele conseguiu formar-se, pois naquela época ninguém se formava sem um anel. Mulher de muita fibra e como diz o ditado: “Atrás de um grande homem sempre existe uma grande mulher”. Depois ainda no começo do meu curso de Odontologia tive o prazer de poder auxiliar o meu tio, Clementino Zétola, irmão menor do meu avô, com quem tive a oportunidade de aprender a extrair um dente como ninguém e aprendi muitos valores de vida que me ajudaram a forjar meu caráter.  No final do dia de trabalho sempre me levava para sua casa e com minha tia Dinacir, convidavam para jantar e contavam muitas histórias de vida da nossa família.

Onde fez a faculdade e quais suas lembranças deste tempo?
Fiz na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. As lembranças são muitas: bons amigos que cultivo até hoje e muitos professores que foram mais do que educadores. Seria injusto citar nomes, mas acho que alguns foram fundamentais, como o Prof. Antônio Tommasi que me levava para sua casa e junto com sua esposa ajudava-me a organizar as Jornadas Acadêmicas na época em que era presidente do CAOGS (Centro Acadêmico de Odontologia Guido Straube). Lembro que uma vez ficamos conversando até tarde com o Prof. Onofre Quadros de Porto Alegre que daria um curso no Congresso de Ponta Grossa no outro dia de manhã. Para variar, eu é que fui levá-lo, super tarde da noite, na famosa cerração da estrada de Ponta Grossa nas noites frias de inverno. Chegamos quase de manhã, mas são e salvos.
O Prof. Miranda que muitas vezes levou-me em sua clínica e me ensinou fotografar, deu-me uma lição que eu nunca esquecerei. Ele sempre dizia: quem tem apenas um instrumental, não tem nenhum”. Uma grande verdade na cirurgia, porque se não se tem um material sobressalente, em uma contaminação de um instrumento, pode-se ficar na mão. Outra pessoa especial foi o Prof. Narciso Grein, que sempre me orientou, sobre minha conduta e apresentação. Quando cheguei do meu curso de pós-graduação nos Estados Unidos me chamou para dar aula com ele.
Lembro bem do Prof. Luciano Melo que sempre me dava lição de vida e chegou até a me ajudar financeiramente comprando roupas que nem gostava para que eu pudesse comprar meu material.  Desde o primeiro ano da faculdade eu trabalhava vendendo livros, roupas, objetos de decoração e que eu pudesse para poder me manter sem pedir auxílio para meus pais. Também o Prof. Milton da odontopediatria, que me protegia na Clínica Integrada do meu ímpeto de discutir com o Coordenador por pequenas coisas.
Na cirurgia, O Prof. Denis Martins que me deixou ver a primeira cirurgia em um hospital: uma fratura de zigomático, algo de outro mundo na época. O prof. Silvio Baras que nos mostrava cirurgias no Hospital Erasto Gaertner e ensinava sobre as próteses que fazia no laboratório de biomateriais que criou um pioneiro na época. E finalmente, o Prof. Manoel Eduardo, que me ensinou muito de cirurgia e de vida e reclamava muito porque quando eu dava plantão no Evangélico, fazia sutura de perna, de braço, participava de cirurgia de estômago e trazia as guias do SUS para ele cobrar pela buco e na verdade ele não podia cobrar nada disso...
São várias histórias como estas, dos meus grandes mestres que nunca esquecerei, pois me ajudaram muito em toda a minha vida. Um conselho que dou a quem está na graduação é fazer o que eu fazia: duvidava de tudo, contestava, espremia meus professores ao máximo e tinha lições de vida que nunca se esquece. Também participar de todos os cursos e congressos, estagiar em todas as áreas e ver o que os outros fazem de diferente e por que.

Como foi seu início na profissão?
Desde o último ano da faculdade já sabia que faria cirurgia bucomaxilo, então desde lá foquei minha vida nessa direção. No último ano quis saber aonde era o melhor curso de especialização do Brasil, que era a UERJ sob coordenação do Prof. Paulo Medeiros. Foi para lá que direcionei minhas forças. Estudava todos os dias até de madrugada, no último ano, para passar na prova super concorrida mais de vinte para um. Felizmente, fiz a prova em janeiro e passei, voltei em fevereiro para colar o grau e em março iniciei minha especialização tão almejada.  Terminado meu curso de dedicação exclusiva de dois anos na UERJ, fui fazer uma pós nos Estados Unidos, na Universidade North Western em Chicago sob o convite do Prof. Roger Kallal, outro mestre que nunca mais esqueci junto com o Dr. Medeiros do Rio, os quais me ensinaram tudo o que sei sobre cirurgia. Em Chicago fui apresentado a Implantodontia, que na época, em 1991 era considerada “bruxaria”...
E aí começou a minha segunda paixão: os Implantes Dentários. Em 92 cheguei a Curitiba com uma mão na frente e outra atrás, mas tinha uma excelente formação e peguei meus slides e fui de porta em porta mostrar o que eu fazia. Tive a ajuda de um grande amigo, o Armando Petrelli, que me emprestou um consultório para trabalhar, e de lá para cá, corri sempre atrás dos meus ideais.

Qual foi o seu caso mais difícil?
Uma fratura que operamos recentemente: o acidente foi tão grave que a paciente teve toda a face esmagada, perdeu um dos globos oculares e tinha pedaços da carroceria do caminhão dentro da caixa craniana. Mas graças a Deus, pois acho que muitas vezes Ele está atrás de nossas mãos, o resultado estético ficou muito bom e ela ficou com poucas sequelas neurológicas.

E um que tenha sido o mais gratificante?
Foi o do Dr. Euclides Scalco. Fizemos um caso grande e deu tudo certo. Tempos depois, ele em uma entrevista em uma revista sua, há oito anos foi-lhe perguntado quem era o seu dentista e ele disse que era o Dr. André Zétola, há vários anos. Eu acho que a melhor parte da nossa profissão, não é o dinheiro que você recebe, mas sim o reconhecimento e a gratidão dos seus pacientes.

Qual foi o marketing que usou para começar?
Sempre fui atrás de técnicas novas, baseadas em evidências científicas e tentei fazer uma divulgação em cima disso. Fui o primeiro profissional a colocar uma página inteira de propaganda na lista telefônica e outra na revista Veja do Paraná. Acho que quando você fala a verdade e é competente, tem mais é que divulgar isso.

Qual seu livro ou autor preferido na profissão?
Na Implantodontia o prof. Daniel Buser e meu amigo Sascha Jovanovic; nas Ciências básicas o meu amigo Paulo Coelho, famoso PC e na Buco o Dr. Ellis III.

Como está vendo o presente momento na Odontologia?
Bem difícil, muito concorrido, mas nunca falta espaço para quem é competente.

A que atribui o seu sucesso profissional?
Muita luta, garra e muita vontade de vencer. Muita perseverança, muita observação dos movimentos da especialidade e das outras especialidades afins, além de muito estudo, muitos congressos e muitas noites sem dormir.

Como espera ser o futuro da profissão?
A engenharia genética dominará nossa profissão com os fatores de crescimento, os transplantes de órgãos feitos em laboratórios, os novos produtos e finalmente, os novos métodos de imagem para diagnóstico e planejamento quebrarão paradigmas.

Deixe uma sugestão ou mensagem para os mais novos:
Ver para onde a massa vai e correr para o outro lado, verificar as novas técnicas baseadas em evidências científicas e ser pioneiro nisso. E finalmente, nunca ter medo de realizar os seus sonhos, pois na verdade uma conquista, nada mais é do que um sonho que se tornou realidade.

A palavra é sua para suas considerações finais.
Gostaria de aproveitar a oportunidade para agradecer a todos os colegas que participaram, tanto como palestrantes, organizadores e aos congressistas do Congresso da Academia Brasileira de Osseointegração, que foi realizado em junho desse ano no Palácio de Convenções do Anhembi. Discutiram-se muitos temas bem atuais, recentes e controversos, dos quais o auditório pode tirar normas e condutas, destacando-se  o das  novas tendências de enxertos ósseos  através de fatores de crescimento (BMP), os quais são bastante requisitados atualmente.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Odontologia Forense

Rhonan Ferreira da Silva
Eduardo Daruge Júnior
Sávio Domingos da Rocha Pereira
Solange Maria de Almeida
Rogério Nogueira de Oliveira
A Odontologia Legal ou Forense é a especialidade que relaciona a Odontologia com o Direito, permitindo o fornecimento de esclarecimentos ou resoluções de questões judiciais utilizando conhecimentos odontológicos.

A análise das questões criminais que envolvem aspectos odontológicos é feita por cirurgiões-dentistas investidos nos cargos de perito ou de perito criminal, que estão vinculados aos Órgãos de Perícias Oficiais, comumente denominados como Institutos de Medicina Legal (IML) e Institutos de Criminalística. Nos IML, os odontolegistas realizam diversos tipos de perícias odontológicas, segundo suas atribuições estabelecidas pelo Conselho Federal de Odontologia, sendo que as mais freqüentes estão relacionadas com as lesões traumáticas que atingem o complexo maxilomandibular por agressões e acidentes de trânsito, dentre outros fatores, e a identificação de cadáveres esqueletizados, putrefeitos ou carbonizados.

Descrição do Caso
Em agosto de 2006, um indivíduo do sexo masculino foi encontrado carbonizado no interior de um automóvel. Após a realização dos exames periciais no local, o corpo foi removido ao IML da região para que fossem efetuados os exames necroscópicos de rotina, com o objetivo de determinar a causa da morte, identificar o instrumento ou meio que a produziu e, se possível, estabelecer a identidade da vítima.
Para facilitar a análise das características odontológicas presentes nos arcos dentários do cadáver optou-se pela enucleação do complexo maxilo-mandibular, utilizando bisturi, serras elétrica e manual.
Os exames necroscópico e radiográfico destas peças revelaram a presença de diversos eventos odontológicos de importância pericial, tais como o uso de contenção nos dentes inferiores, presença de um único pré-molar em cada hemiarco superior e inferior, ausência do terceiro molar superior esquerdo, tratamento endodôntico e restaurações de amálgama e resina.
Paralelamente ao exame cadavérico, as investigações policiais avançaram, encontrando uma provável vítima, com características antropológicas compatíveis com as presentes no cadáver. Como os tecidos moles do mesmo apresentavam-se bastante destruídos, uma identificação pela análise das impressões digitais tornou-se inapropriada.
Desse modo, os familiares desta pessoa desaparecida foram orientados a procurar qualquer tipo de documentação médica, odontológica ou fotográfica que pudesse subsidiar a identificação do indivíduo.
O resultado desta procura culminou na informação de que o indivíduo desaparecido tinha finalizado tratamento ortodôntico e toda a sua documentação clínica foi requisitada.
A documentação entregue para exame era composta de uma ficha clínica relatando tratamentos odontológicos realizados nos anos de 1998 e 1999, uma
radiografia panorâmica datada de 1999, quatro radiografias interproximais e uma periapical, datadas de 2003.

Arcos dentários superior  e inferior enucleados do cadáver.
Ficha clínica contendo a descrição do tratamento odontológico da vítima desaparecida.
Radiografia panorâmica utilizada no planejamento do tratamento ortodôntico (1999).

A literatura pericial relata como plenamente viável a identificação de indivíduos carbonizados, esqueletizados ou em decomposição pela análise das particularidades odontológicas, podendo esta técnica estar associada a outros métodos de identificação humana. Os bons resultados obtidos pela técnica odontolegal advém da considerável resistência dos dentes e dos materiais odontológicos à ação do calor e do fogo, associada às informações presentes na documentação produzida em função do atendimento odontológico, que normalmente é composta pelo prontuário odontológico, radiografias, modelos de gesso, fotografias, dentre outras.
A identificação odontolegal pode ser classificada como uma metodologia comparativa para a determinação da identidade de um indivíduo e, didaticamente, é dividida em três etapas: exame dos arcos dentários do cadáver, exame da documentação odontológica e confronto odontolegal. Na primeira etapa são anotadas todas as particularidades presentes nos arcos dentários do cadáver, relacionadas com a presença e/ou ausência dentárias, restaurações (faces e materiais), próteses, tratamentos endodônticos, patologias, anomalias, dentre outros aspectos.
A identificação positiva deste indivíduo foi concretizada mediante a obtenção da documentação relacionada ao tratamento odontológico da pessoa desaparecida. No presente caso, observou-se, por meio do confronto odontolegal, que um total de 11 pontos relevantes de confronto foram identificados, relacionados com a presença dos terceiros molares, exceto o terceiro molar superior esquerdo, ausência dos quatro primeiros pré-molares além das coincidências morfo-radiológicas tanto das restaurações de amálgama presentes nos primeiros molares superior direito e inferior direito quanto da anatomia e posicionamento dos dentes posicionados no hemiarco superior esquerdo.
Diante da importância da realização dos exames odontolegais, principalmente aqueles relacionados com a identificação humana, torna-se imprescindível a implantação dos serviços de Odontologia Legal nos IML de todo o país, bem como o fortalecimento daqueles já existentes. Em adição, cabe a conscientização dos cirurgiões-dentistas sobre a importância do correto preenchimento e arquivamento das peças que compõem a documentação odontológica, uma vez que, além da importância clínica, elas podem fornecer esclarecimentos relevantes à Justiça.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Parâmetros Estéticos do Sorriso



Incomodado com alguma irregularidade presente no sorriso ou impulsionado apenas pelo desejo de aprimorar a aparência deste, um número cada vez maior de pacientes buscam por procedimentos estéticos e cosméticos nos consultórios odontológicos. Esses pacientes almejam alcançar um sorriso perceptivelmente harmonioso e agradável. Para criar um sorriso atraente, diversas especialidades da Odontologia utilizam um conjunto de normas e padrões de beleza que norteiam o diagnóstico e planos de tratamentos nos procedimentos estéticos. Os conceitos atuais de estética estão voltados para o equilíbrio entre beleza e harmonia sendo muitas vezes subjetivos, variando de acordo com os indivíduos, culturas, etnias, localidades, etc...Vários fatores devem ser considerados quando analisamos criticamente um sorriso, dentre estes podemos destacar: a idade do paciente, anomalias de tamanho e forma, formato do rosto, lábios, cor e presença de espaços anteriores. Mas compreender as expectativas relativas ao que é beleza para o paciente torna-se muito difícil para o Cirurgião-dentista, pois a percepção estética é permeada por emoções e valores culturais

A percepção de proporções é uma boa maneira de se executar essa tarefa. Embora não seja definitiva e impassível de erros, pode se tornar uma maneira facilitada de observar e compreender os erros e acertos que a leitura das proporções dentárias e faciais guardam entre si. Nesse contexto, a utilização de diagramas viria ajudar e facilitar o entendimento do que está sendo visto, buscando através de enquadramentos e comparações o que pode estar em acordo ou desacordo com o conjunto que está sendo observado.

DIAGRAMA DE REFERÊNCIAS ESTÉTICAS DENTÁRIAS (DRED)

O Diagrama de Referências Estéticas Dentárias (DRED) define o que deverá ser criado ou alcançado com os dentes ântero-superiores. A finalidade desse diagrama é dar uma noção exata dos posicionamentos e proporções que os dentes guardam entre si e também a relação desses com a gengiva e os lábios. Esse diagrama é constituído de seis caixas que englobam os incisivos e caninos superiores; e os seus limites irão ser específicos para cada referência estética. A sua utilização facilitará o planejamento e a visualização do melhor posicionamento estético dos dentes anteriores, sendo o seu objetivo fornecer informações que possam auxiliar nas suas reorganizações e reestruturações, quando esses dentes tiverem que ser reposicionados e/ou restaurados. Cada paciente tem o seu próprio diagrama de referência, que é determinado pelos dentes e estruturas adjacentes. Esse parâmetro geométrico não deve ser visto como imutável, mas como um guia útil para a obtenção de melhores resultados estéticos nos tratamentos odontológicos.
Com a utilização do DRED poderão ser visualizados:



· Simetria;
· Eixos dentários;
· Limite do contorno gengival;
· Nível do contato interdentário;
· Bordas incisais;
· Proporções dentárias;
· Linhas do sorriso.





Simetria
Os pares de dentes anteriores devem ser simétricos, em uma vista frontal. Isto é, o incisivo central superior direito deve ser do mesmo tamanho do incisivo central superior esquerdo, e assim respectivamente, para os incisivos laterais e caninos. Além disso, devem estar posicionados simetricamente; com a linha média da face coincidindo com a linha média dentária.
As caixas do DRED servirão para dar a noção de simetria. Como cada dente será representado por sua respectiva caixa, maus posicionamentos e desproporções de tamanho serão facilmente identificados. O ideal será sempre que as caixas do lado direito (incisivos lateral, central e canino direito) sejam um espelho das caixas do lado esquerdo.

Eixos dentários
As inclinações e angulações dos dentes anteriores correspondem aos eixos dentários. Embora existam muitas medidas-padrão para esses eixos, cada tratamento deve obedecer ao padrão morfológico e estético do paciente15,16. Uma informação importante é que os dentes anteriores, assim como os posteriores, apresentam uma angulação positiva do eixo vestibular da coroa clínica. Isto é, a porção oclusal do eixo vestibular se posiciona mesialmente à porção gengival. Além disso, as angulações devem aumentar a partir dos incisivos centrais superiores para os caninos superiores. O contrário ocorre com as inclinações, onde a partir dos incisivos centrais superiores, elas diminuem em direção aos caninos.

Limite do contorno gengival
O limite do contorno gengival deve seguir como referência o tamanho dos dentes anteriores, sendo que os limites dos contornos gengivais dos caninos devem estar mais altos do que os incisivos laterais e, mais ou menos, na mesma altura dos incisivos centrais superiores. O limite do contorno gengival será representado pelo Zenith gengival (ponto mais apical do tecido gengival). Entre o eixo vestibular da coroa clínica e o Zenith gengival haverá uma interseção, criando um ponto de referência.

Bordas incisais
As bordas incisais dos dentes anteriores devem criar uma forma de “prato fundo”, onde os incisivos centrais se posicionam mais inferiormente aos incisivos laterais e caninos.
 
Linhas do sorriso (avaliação dinâmica)
Acrescentando os limites labiais, pode-se fazer uma avaliação dinâmica da estética bucal durante o sorriso, na qual os dentes guardam uma relação harmoniosa com a posição e forma dos lábios, criando-se as linhas do sorriso. Uma exposição de incisivos superiores, durante o sorriso, variando de 30% a 70% nos homens e 70% a 100% nas mulheres, será considerada normal. Conforme o avanço da idade do paciente, o lábio superior cresce e perde a mobilidade e ocorre uma menor exposição dos dentes superiores. O inverso ocorre com os dentes inferiores. Quanto mais velho o indivíduo, maior a exposição dos dentes inferiores. Quando o paciente sorri, o ideal seria que o lábio superior expusesse todas as coroas dos incisivos superiores e 1mm de gengiva. A exposição gengival de 2 a 3mm também é esteticamente aceitável. A exposição completa dos incisivos superiores nem sempre ocorre. O sorriso pode ser considerado baixo, médio ou alto, conforme a exposição desses. Os extremos são sempre preocupantes, do ponto de vista estético. A exposição acentuada dos incisivos superiores provoca o “sorriso gengival”. A falta de exposição causa o seu envelhecimento.
Em geral, é a forma do lábio inferior e as bordas incisais dos dentes anteriores superiores e inferiores que criam um arranjo agradável ou desagradável do sorriso. O importante é que o plano incisal superior e a forma do lábio inferior, durante o sorriso, mantenham uma relação harmoniosa. Essa harmonia é representada pelo paralelismo do arco formado pelas bordas incisais e oclusais dos dentes superiores com a borda superior do lábio inferior. Essa configuração varia com a idade. Conforme a idade avança, a forma de “prato fundo” vai se alterando, dando lugar a uma nova forma de “prato raso” ou de “prato fundo invertido”. Isto é, a direção das bordas incisais é uma linha reta ou uma curva. O desgaste das bordas incisais, com o tempo, cria essas novas formas. O conhecimento dessas características cria a possibilidade de rejuvenescer ou envelhecer o sorriso. A alteração das “formas do prato” possibilitará esse efeito. 
Proporções dentárias
Teoremas matemáticos, tal como a “proporção áurea” e a “percentagem áurea” têm sido propostos na determinação dos chamados espaços mésio-distais. Embora a proporção áurea seja um interessante objetivo a ser alcançado, nem sempre os pacientes apresentam essa proporção. Nesses casos, o diagrama dentário serve para individualizar cada caso. Isto é, o resultado final deve proporcionar uma relação harmoniosa na visibilidade dos dentes anteriores. Na vista frontal, a visibilidade dos dentes deve ser decrescente, a partir dos incisivos centrais.
Fontes: 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sorrisão #8

Mais um exemplo de belo sorriso com dentes brancos e alinhados!
Este é fácil de descobrir de quem é o sorriso!
Já sabe? Não?! Clique aqui então!